Tiro foi disparado para acertar viatura da PM na Leitão da Silva
O tiro de pistola .40 disparado do alto do morro da Gurigica, em Vitória, foi pra acertar uma viatura da Polícia Militar que estava estacionada na Avenida Leitão da Silva. No entanto, acabou atravessando a parede de um hospital da região e matou o idoso de 70 anos que lá estava internado. Foi o que […]

O tiro de pistola .40 disparado do alto do morro da Gurigica, em Vitória, foi pra acertar uma viatura da Polícia Militar que estava estacionada na Avenida Leitão da Silva. No entanto, acabou atravessando a parede de um hospital da região e matou o idoso de 70 anos que lá estava internado.
Foi o que concluiu a perícia da Polícia Civil. A parede do hospital é de DryWall e, por isso, acabou atravessada pelo tiro. Segundo o superintendente de Polícia Técnica-Cientifica, Carlos Alberto Dal-Cin, equipes estiveram no local no dia do ocorrido (25 de junho), voltaram no dia seguinte e concluíram a trajetória, de onde partiu os disparos e o por quê. “Foi verificado o calibre do projetil, .40 de cano curto, incompatível com as armas atuais da Polícia Militar”.
Na região de provável disparo foram encontrados calibres de várias armas, entre elas 380 e 9 mm, cartuchos, além de um estojo de cartuchos. “O lugar é usado para ações desse tipo (…) A partir dos levantamentos, de tudo que foi colhido no local ao longo do dia pela perícia, identificamos que, no ponto onde, provavelmente, eles fizeram os disparo, existiam vários disparos efetuados naquela direção, que tinha como linha e trajetória o hospital onde a vítima estava, da Avenida Leitão da Silva, e veículos da Polícia Militar que, no dia, estavam estacionados na Avenida. Tinha várias perfurações em vidraças dessa região que identificamos, do alto do morro”.
Sendo assim, peritos concluíram que o projetil extraído do corpo da vítima, com base nas ranhuras que tinha (cada arma tem sua peculiaridade de raia), não coincidem com o armamento utilizado pela Polícia Militar.
“Tecnicamente, nós descartamos qualquer possibilidade da arma da Polícia Militar. Até porque, como já foi dito pelo comandante-geral, naquele dia, tecnicamente e taticamente, não era o nosso objetivo subir o morro, porque poderia colocar a vida de outras pessoas em risco. O que nos chama a atenção, na conclusão da perícia da polícia técnico-cientifica, é o direcionamento para o efetivo da Polícia Militar”, disse o secretário estadual de segurança pública, Alexandre Ramalho.
A motivação, segundo o secretário, ainda é investigada pela Polícia Civil, pelo Serviço de Inteligência da Polícia Militar e pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp). “Contamos muito com o apoio da população. O que aconteceu aquela noite na comunidade? Qual foi a conversa que teve na comunidade pra tão expressiva violência contra as outras comunidades ao redor do maciço de morros?”.
Muitas coisas aconteceram na noite anterior (sábado), incluindo um tiroteio. De acordo com Ramalho, algumas dessas situações não tem relação alguma com o ocorrido.
Lideranças
O comandante-geral da Polícia Militar, Douglas Caus, afirmou que, diante do ocorrido, haverá ainda mais reforço do policiamento, principalmente em cima de lideranças do tráfico de drogas no Espírito Santo.
Entre essas lideranças estão Luan Gomes Farias, o “Luan Veras”, que é o chefe do tráfico do Morro do Macaco e adjacências, e Fernando Moraes Pimenta, o “Marujo”, líder do Primeiro Comando de Vitória (PCV) que tem oito mandados de prisão em aberto. “Invariavelmente, essas ações tem aquiescência dessas lideranças. Só ano passado com esse ano, prendemos 16 grandes lideranças”.
Segundo Caus, o Batalhão de Missões Especiais, de Cães, Polícia Montada e Força Tática estão fazendo incursões no entorno da Gurigica, com 30 viaturas em pontos específicos, fazendo blitizes, abordando ônibus e veículos suspeitos. Esse policiamento se manterá até esta terça (27), podendo ser prorrogado de acordo com as informações recebidas.
“Toda essa região tem sido alvo das nossas tropas especializadas há anos. São áreas prioritárias para a Polícia Militar, não só o Bairro da Penha, mas Morro da Floresta, Jaburu, Gurigica, Morro do Macaco, onde teve troca de tiros também no fim de semana, na qual um traficante foi baleado com uma pistola, Andorinhas, Itararé”,
O comandante-geral afirmou que trocas de tiros são fruto de ações mais presentes da Polícia Militar. “Diante desse enfrentamento, ficou bem claro que iremos subir mais focados nessas lideranças. Qualquer tipo de agressão contra o Estado terá revide imediato e nossas tropas estão extremamente bem preparadas, com armamento extremamente preciso, inclusive importados de Israel, e o resultado morte pode ser esperado”.